PARTE 1
PARTE 2
Existe uma forte tentação de se apaixonar com o CONCEITO de uma família perfeita, ao invés de amar a família como ela é. De abraçar a IDÉIA de filhos lindos e obedientes, ao invés de abraçar os filhos como realmente são. De enxergar sua esposa pelas lentes de “como você queria que ela fosse” e não pela lente “de como ela é”.
Uma terrível tentação de viver em um mundo paralelo, uma família paralela, aonde tudo é belo e cheiroso. E a grande tragédia desse dualismo é o profundo descontentamento que brota no coração ao viver em uma realidade menos que o ideal. Descontentamento esse que vira rancor, rancor que vira raiva, raiva que vira indiferença. E indiferença que vira desistência.
Vivemos em um mundo de imagens. De efeitos. Como nos stories do Instagram, temos mil maneiras de fazer nossa realidade PARECER mais plena do que ela é. Somos tentados a gastar nossos esforços — não edificando nosso lar — mas construindo uma imagem de "família margarina” que esconde nosso lar.
E não podemos sucumbir a essa tentação. Seu chamado é lidar com as coisas COMO ELAS SÃO. É ama-las AONDE elas se encontrem. É abraçar, encorajar, ajudar, ensinar de acordo com a realidade de hoje, e não de acordo com o grande ideal de amanhã.
Temos como exemplo Jesus, o Filho de Deus. Ele veio na nossa realidade, andou entre nós, sofreu a nossa morte. Ele tem um plano, claro. Ele sabe aonde deseja nos levar. “Vou preparar-vos lugar...para que onde eu estiver estejais vós também.” Mas acontece que ele não nos amará somente quando chegamos LÁ; ele nos ama aqui. Agora. Nessa bagunça que chamamos de hoje.
Jesus ama quem somos, e não meramente quem seremos. Ele lida com as nossas feridas, fraquezas, frustrações, ao invés de fugir delas.
Ele aplica seu amor, sua graça, sua bondade. Não somos cobertos por um efeito visual; somos cobertos por tudo que Ele é.
— Daniel Gardner