Pré-alfabetização e alfabetização - Qual o passo-a-passo no uso dos materiais?
janeiro 03, 2020
Olá!
Se você procurou por essa postagem, deve estar se perguntando "como começo o processo de alfabetização do meu filho?" Ou se trabalha com escola, "como melhorar o desempenho das crianças no processo de leitura?"
Sou formada em pedagogia e no ensino superior estudamos, por assim dizer, métodos de alfabetização. Infelizmente, a formação do professor deixa muito a desejar e passa longe de pesquisa sobre os impactos dos métodos e o que se sabe sobre eles. Apesar de passarmos meses tentando decifrar o tal do construtivismo, é o método fônico que tem comprovada superioridade sobre os demais. Basta uma procura pela internet e você achará bastante material a esse respeito. Entretanto, a quantidade de materiais disponíveis embasados no fônico é baixíssima e o número de escolas que utilizam desse método para alfabetizar é a minoria, infelizmente.
No método fônico, o aluno aprende a relacionar cada letra ao seu som. Esse primeiro passo, denominamos de pré-alfabetização e se inicia por volta dos 3 anos, passando primeiro pelas vogais e avançando pelas consoantes. Na sequência, a alfabetização é feita mediante a junção dos sons para a leitura das palavras. A consciência fonológica, que tratará a manipulação dos elementos de frase, palavra, sílaba, rima e aliteração é fator importante nessa etapa.
Baseada em estudos do método, desenvolvi uma série de materiais para pré-alfabetização e alfabetização, sendo três apostilas: "No Mundo das Vogais", "No Mundo das Consoantes" e "No Mundo da Alfabetização (volume 1, volume 2, volume 3 & volume 4)". Os materiais foram desenvolvidos para que qualquer mãe acompanhe seu filho(s) na pré-alfabetização e alfabetização. Inclusive, desenvolvi os materiais justamente para alfabetizar meus dois filhos.
Deixo abaixo o vídeo de uma live realizada no instagram @familiadetrigo sobre a abordagem e ordem dos materiais.
Lista dos materiais citados na live:
Novo estudo comprova eficácia de método fônico na alfabetização
Segundo os exames, a resposta cerebral mais rápida para as palavras recém aprendidas foi influenciada pela técnica de ensino.
Por: Instituto Alfa e BetoUm estudo lançado no mês passado pela Universidade Stanford (EUA), uma das instituições mais renomadas do mundo, comprova a vantagem do método fônico de alfabetização sobre outras técnicas de ensino. O estudo, de co-autoria de Bruce McCandliss, professor da de Pós-Graduação Escola de Educação e do Instituto de Neurociência de Stanford, fornece algumas das primeiras evidências de que uma estratégia de ensino específico para a leitura tem impacto direto no cérebro.
Isso significa, por exemplo, que ensinar o som das letras que formam a palavra GATO produz mais conexões cerebrais do que quando as crianças são instruídas a memorizar essa palavra. “A pesquisa é emocionante porque utiliza a neurociência cognitiva e a conecta a questões com significado profundo para a história da pesquisa em educação”, disse McCandliss em entrevista ao site de notícias de Stanford. A pesquisa contou também com a coordenação de Yuliya Yoncheva, da Universidade de Nova York, e Jessica Wise, estudante de pós-graduação da Universidade do Texas, em Austin, ambas nos Estados Unidos.
Publicado na revista Brain and Language, o estudo partiu de uma nova linguagem escrita e buscou ensiná-la a um grupo de 16 adultos, sendo que uma parte foi ensinada a partir de um método de instrução fônico e a outra parte com um método de associação de palavras inteiras. Depois de aprender várias palavras sob ambas as abordagens, as palavras recém aprendidas foram apresentadas em um teste de leitura, enquanto as ondas cerebrais foram monitoradas.
Segundo os exames, a resposta cerebral mais rápida para as palavras recém aprendidas foi influenciada pela técnica de ensino. Aquelas palavras que foram aprendidas pelo método fônico induziram a atividade neural do lado esquerdo do cérebro, que engloba as regiões visuais e de linguagem. Em contraste, palavras aprendidas através de associação da palavra inteira mostraram atividade de processamento no hemisfério direito. McCandliss observou que o forte engajamento hemisfério esquerdo durante o reconhecimento de palavras é uma característica marcante de leitores qualificados. Segundo o pesquisador, os resultados reforçam a ideia de que a forma como um aluno concentra sua atenção durante a aprendizagem tem impacto profundo sobre o que é aprendido.
Não é a primeira vez que um estudo comprova a superioridade do método fônico em relação a outros métodos, especialmente com alunos que apresentam dificuldades de leitura. Em 1990, a pesquisadora americana Marilyn Adams publicou uma revisão da literatura disponível desde 1960 e constatou que esses estudos revelavam a importância da consciência fonológica e fonêmica como fatores associados a fatores fortes de predição do sucesso da alfabetização. Assim, Adams conclui que métodos fônicos, que usam a associação fonema-grafema, quando implementados de maneira sistemática e explicita, são mais eficazes do que os outros.
No ano 2000, a alfabetização também foi tema nos Estados Unidos do National Reading Report Painel. O levantamento partiu de uma análise de 100 mil outros estudos e se concentrou em uma amostra de 68 pesquisas relevantes, que incluíam milhares de crianças, e ofereceram a conclusão de que os métodos fônicos são mais eficazes do que os outros.
De modo geral, ficou comprovado que o método funciona melhor para os que têm mais dificuldade, ajudando a desenvolver competência de compreensão e aprendizagem da ortografia e é mais impactante para as crianças de nível econômico mais baixo. Ainda segundo esse levantamento, não basta apenas usar qualquer método fônico, o melhor é o fônico sintético, que apresenta as relações de fonema e grafema de forma sistemática e explícita.
30 comentários
Não sou da área de educação, mas o teu jeito de ensinar fez nascer em meu coração um amor pela arte de ensinar! Parabéns!
ResponderExcluirMuito elucidativo. Poderia dar mais dicas ou orientações pra aumentarmos o rendimento das aulas nesse método? Ou nos contar como é a rotina de estudo que vc segue com seu filho de 3 anos?
ResponderExcluirMuito bom. Funciona para crianças que estão em escolas que utilizam outros métodos e em casa a mãe utilizar esse fonológico? Obrigada e parabéns!
ResponderExcluirOlá como consigo esta apostila?
ResponderExcluirOlá, está disponível na loja Família de Trigo: https://familia-de-trigo.myshopify.com/collections/impresso
ExcluirAmei você é nota 10
ResponderExcluirBom dia, minha neta está com muita dificuldade na leitura. Tem 10 anos, você tem uma sugestão como ajudá-la? Obrigada
ResponderExcluirCriado com objetivo de ajudar crianças em seu aprendizado escolar.
ExcluirAlém de aprender, brincar e passar um tempo longe da internet, a criança ainda vai compartilhar momentos incríveis com você.
Quer saber mais acesse o link abaixo ....http://bit.ly/3eE1g8G
Essas apostilas sao todas em pdf? Tem alguma forma de comprar já impressa? Para ser enviada pelos Correios?
ResponderExcluirOlá, sim! Enviamos apostilas impressas para todo Brasil (PAC ou Sedex) pela nossa loja online: https://familia-de-trigo.myshopify.com/collections/impresso/?utm_source=blog-comnt&utm_medium=blog-comnt
ExcluirBoa noite! Estou desesperada e acabei de achar seus vídeos.
ResponderExcluirMeu filho acabou de completar 6 anos, não está alfabetizado e eu já tentei e não deu muito certo!
Mais preciso alfabetizado, pode me orientar? Como faço pra adquirir seu material. Ele reconhece algumas letras, mais quero aprofundar isso!
Como adquirir esse material?
ResponderExcluirOlá, tem um erro no final do post. O método fonético sintético não é unico sistemático e explícito. É o que tem granularidade mínima (letras), mas não necessariamente apresenta resultados superiores a outros fonéticos com granularidade maior (sílabas, rimas e palavras em alguns casos).
ResponderExcluirEm algumas línguas (p.ex. coreano, japonês), a granularidade das letras nem existe.
Em inglês, que tem a pior codificação das línguas ocidentais, mesmo no uso sistemático do método fonético, é necessário usar desde a granularidade mínima, para palavras regulares, até a máxima (sight words), para palavras irregulares.
Há de se ter cuidado para não abandonar o velho conhecido método silábico, que é puramente fonético com granularidade de sílabas, como prejudicial, pois apresenta resultados excelentes no português pelas características de codificação da língua.
O método silábico de alfabetização não é fônico porque não inicia pelos sons das letras.O método fônico é o melhor do mundo.Infelizmente no Brasil a maioria segue a proposta construtivista de Emília Ferreiro.Eu sou especialista e credenciada., por experimentação.
ExcluirBoa tarde.
ResponderExcluirÉ vendido só o arquivo digital?
Por favor, voces vendem o conteudo digital? Estou fora do Brasil; Obrigada.
ResponderExcluirPor favor, voces vendem o conteudo digital? Estou fora do Brasil; Obrigada.
ResponderExcluirPessoal para quem está interessado no final da página vc consegue clicar em "loja" e é direcionado para o link da compra..tanto por PDF como por impresso..o Instagram deles é familiadetrigo... também estou interessada e pesquisei para compra.
ResponderExcluirO "tal" Construtivismo?
ResponderExcluirAcredito que todas as formas de alfabetização tem suas particulares boas , portanto não existe um único método eficaz , porque algumas crianças desenvolvem suas habilidades de aprendizagem seja por um ou outro método . O educador tem que estar seguro e confiante na metodologia que vai ensinare aproveitar tudo de favorável o que cada metodologia tem para oferecer e enriquecer o trabalho do professor.
ExcluirEstou dando aulas de reforço, por causa da pandemia a criança está no segundo ano, mas conhece apenas as vogais. Começo com ela a parte das vogais pra depois ir pra apostilha da alfabetização né?!?! E está criança não tem como fazer sistematicamente. Minhas aulas são de 2x na semana por 2horas.
ResponderExcluirhttps://www.ufrgs.br/psicoeduc/piaget/emilia-ferreiro-alfabetizacao-e-cultura-escrita/
Excluirtente conhecer um pouco da proposta de Ana Teberosky e Emília Ferreiro sobre o processo de alfabetização levando em consideração as hipóteses das crianças. Meus dois filhos e três sobrinhos passaram por esse processo e têm, além da alfabetização garantida, possibilidades maiores de avançar na aprendizagem.
A criança aprende com muito sentido e significado quando começa a compreender a função social da leitura e da escrita, por isso é muito importante que aprendam através de textos inteiros ou palavras inteiras, que tenham significado.
ExcluirBoa noite queria saber como adquiri esse material eu sou professora de alfabetização mas gostei do material como posso obtelo?
ResponderExcluirTenho 2 finhas e estou precisando de ajuda para ensinar elas a ler em casa
ResponderExcluirBom dia, minha filha estuda na escola normal, mas gostaria de introduzir ela no mundo da leitura e gostaria, se possível, de indicação de livros pra crianças de 10 anos. Se existe algum que seja de leitura obrigatória, pra formação mesmo de uma criança crítica com o mundo. Obrigada!
ResponderExcluirOlá, li seu artigo, principalmente, na parte em que você afirma que qualquer criança pode ser alfabetizada com o método fonico, mas quanto as Crianças surdas, vc acredita na eficácia do método com quem não escuta?
ResponderExcluirTenho a mesma opinião, qualquer criança pode ser alfabetizada com esse método. Texto bem trabalhado parabéns.
ResponderExcluirOlá como consigo esse material?
ResponderExcluirSempre procurei diversos métodos que tivessem uma sequência para ensinar meus meninos do AEE.
ResponderExcluirEncontrei aqui com vc!
Consegui me organizar e desenvolver avanços bem significativos com meus alunos.
Dá pra sentir que tudo é feito com muito carinho!
Obrigada pelo direcionamento!
Obrigado por comentar! Responderemos em breve.