Entendendo bem Matemática: Materiais Manipuláveis

maio 03, 2016



“Nada deve ser dado à criança, no campo da matemática, sem primeiro apresentar-se a ela uma situação concreta que a leve a agir, a pensar, a experimentar, a descobrir, e daí, a mergulhar na abstração.” Maria Montessori

Todos sabemos bem como a matemática causa calafrios em muita gente. Se você mesmo não sente, estou certa de que poderá citar facilmente nomes de pessoas que tem grandes dificuldades com a matéria.
Grande parte dessa dificuldade deve-se à dificuldade de estabelecer o o pensamento lógico apenas conceitualmente. Sabemos que a compreensão concreta de conceitos básicos da matemática são o ponta pé inicial para que a criança não apresente dificuldade no raciocínio lógico. E para que essa compreensão aconteça,é importante o uso de materiais manipulativos no ensino.
Veja o vídeo abaixo para entender um pouco melhor a função do material manipulativo no ensino da matemática:

Dentre os diversos materiais manipulativos conhecidos, hoje queremos recomendar um em especial...


Você conhece a Escala Cuisenaire?

A Escala Cuisenaire é uma ferramenta para ensinar matemática já bastante conhecida em boa parte do mundo. Sim, as pequenas hastes de madeira que distinguem entre si somente as cores e tamanhos são famosas. O que poucas pessoas sabem é que sua utilidade e aplicabilidade vai muito além deste âmbito.

A Escala Cuisenaire é composta de hastes de madeira ou de plástico com base em medidas de centímetro. A menor delas é um cubo de 1cm, a segunda haste é um retângulo de 2cm de comprimento, 1cm de largura e 1cm de altura, e assim sucessivamente, aumentando 1cm ao comprimento e mantendo a mesma largura e altura progressivamente para representar os números de 1 a 10. Embora as hastes evidenciem ter relação umas com as outras, elas não são marcadas de um em um centímetro como em uma régua, de modo que o que se pretende com isso é estimular a imaginação de quantidades e o cálculo mental.


Ficou interessado? Recomendamos fortemente o blog Escala Cuisenaire, onde a autora nos dá um trabalho primoroso, deixando mais informações e também disponibilizando para venda apostilas com exercícios para aplicação coma escala.
Por enquanto são duas apostilas:
Na Amazon é possível encontrar material didático com a escala em inglês. Ainda não temos disponível mais materiais em português.


Um pouco da história...

A Escala Cuisenaire foi inventada nos anos cinqüenta por Emile George Cuisenaire, professor e músico belga. Inicialmente, ele criara um sistema com tiras de cartolina em cores diferentes cujo objetivo era facilitar o aprendizado da música. Não muito depois, começara, porém, a trabalhar com hastes de madeira, tal como as conhecemos hoje.
Desde o começo Cuisenaire animava seus alunos a manipularem e investigarem o material, dele utilizando-se para as mais diversas brincadeiras, até que descobriu que os alunos realizavam cálculos com as hastes. Em 1951 publicou o livro chamado “Números em cores”, fruto de sua investigação sobre a aplicação das hastes com os números.
Dois anos depois Cuisenaire conheceu Caleb Gattegno, cientista e pedagogo egípcio, na época professor da Universidades de Londres. Gattegno impressionou-se com a forma de trabalhar de Cuisenaire, que oferecia as hastes aos alunos, sugeria a eles um problema e os deixava atuar livremente. Gallegno ficou maravilhado ao ver que as crianças inventavam seus próprios problemas e realizavam adições, subtrações e outras operações aritméticas num ambiente totalmente descontraído e divertido. A partir de então ele tornou-se o grande divulgador do método.
O próprio Gattegno, tempos depois, criou um método muito efetivo para o ensino de línguas com o uso das hastes chamado “The Silent Way”. De fato, a versatilidade no uso das hastes é impressionante. Pode-se trabalhar com números, cores, figuras para vocabulários específicos. Elas também podem ser usadas para análises gramaticais, para inclusão de distintos elementos em uma frase ou o estudo da entonação. Até mesmo na educação artística as hastes têm seu lugar. Para trabalhar música, pode-se elaborar equivalências com os tempos e as notas musicais.


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